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A surpreendente entrevista de 2020, que muda e salva o mundo, do aclamado ator e radialista inglês Craig Conway com o biólogo Australiano Jeremy Griffith sobre o seu livro FREEDOM: The End Of The Human Condition—a qual apresenta a redentora, edificante e curativa compreensão completa do mistério central e do problema sobre o comportamento humano, da nossa Condição Humana acometida pelo “Bem e o Mal”—terminando assim com todo o conflito e sofrimento da vida humana na sua fonte e fornecendo o agora urgentemente necessário caminho para a completa reabilitação e transformação das nossas vidas e do mundo! Na verdade, o ex-presidente da Associação de Psiquiatria Canadense, Professor Harry Prosen, a descreveu como ‘a entrevista mais importante de todos os tempos’!
Esta entrevista é a ferramenta definitiva para compreender rapidamente—e para compartilhar—o trabalho de Jeremy Griffith.
(Visite HumanCondition.com para conhecer a origem deste vídeo e todo o seu material de apoio.)
Transcrição de “A Entrevista”
Conteúdo
Pano de Fundo para A Entrevista
Parte 1. A real explicação biológica com a psicose adereçada e resolvida da Condição Humana.
Parte 3. Como nós humanos adquirimos nossa consciência moral instintiva de cooperação e amor?
Pano de Fundo para A Entrevista
Sobre Jeremy Griffith (na foto acima a direita)
Jeremy é um biólogo australiano que dedicou a sua vida para trazer um entendimento responsável e biológico para o dilema da Condição Humana; que é a questão subjacente em toda a vida humana da extraordinária capacidade da nossa espécie para o que denominamos “Bem” e “Mal”.
Jeremy publicou 7 livros sobre o tema condição humana, incluindo o Australasiano Bestseller A Species in Denial (2003), e seu livro definitivo, Freedom: The End of The Human Condition (2016).
Seu trabalho atraiu o apoio de cientistas eminentes como o Ex-Presidente da Associação Canadense de Psiquiatria, Professor Harry Prosen, o biólogo Ganhador do Prêmio Templeton Australiano, Professor Charles Birch, o Ex-Presidente do Sociedade Inglesa dos Primatas, Dr.David Chivers, o Físico ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Stephen Hawking, e de muitos outros distintos pensadores como Sir Laurens van der Post —veja www.humancondition.com/#commendations.
Jeremy é o fundador e patrono do World Transformation Movement (WTM)—Movimento pela Transformação Mundial em tradução livre —veja www.humancondition.com.
Sobre FREEDOM: The End Of The Human Condition
O livro de Jeremy FREEDOM, o qual é o tema desta entrevista, apresenta a explicação biológica reconciliadora e psicologicamente curativa da nossa Condição Humana acometida pelo “Bem e o Mal”. Ao fazê-lo, desvenda o mistério central por trás do comportamento humano, terminando assim com o sofrimento e o conflito em sua origem—e fornecendo o agora urgentemente necessário caminho para a completa transformação de nossas vidas e do mundo.
FREEDOM foi lançado na Royal Geographical Society, Sociedade Geográfica Real em tradução livre, em Londres em 2016 com o discurso principal de Sir Bob Geldof. Ele está disponivel gratuitamente em www.humancondition.com, ou você pode adquirir cópias impressas em livrarias, incluindo a Amazon.
Sobre Craig Conway
Craig é um ator, escritor, produtor e diretor inglês, aclamado internacionalmente, que trabalhou em teatro, TV e cinema for 3 décadas. Nos palcos Craig criou projetos para companhias de teatro incluindo The National Theatre, The Royal Shakespeare Company, The Northern Stage Ensemble (Membro Fundador) e Contact Theatre Manchester. Nas telas, ele atuou em filmes como Final Score com Pierce Brosman, The Current War com Benedict Cumberbatch e The Courier com Gary Oldman. Seus créditos na TV incluem Vera, Wire in the Blood, George Gently e Our Friends In The North. Craig é membro do Writers’ Guild of Great Britain.
Com o início da pandemia em 2020, Craig decidiu alcançar as pessoas através do rádio e conduzir uma série amplamente difundida de entrevistas com pessoas que ele sentia que estavam “buscando fazer uma diferença no mundo”, o que incluiu essa entrevista com Jeremy.
Craig primeiramente aprendeu sobre a explicação da condição humana de Jeremy no início de 2019 e ficou tão impressionado que abriu um Centro WTM no Nordeste da Inglaterra para promovê-lo, veja www.WTMNorthEastEngland.com.
Parte 1 de “A Entrevista”
A real explicação biológica, com a psicose
adereçada e resolvida, da Condição Humana
Craig Conway: Olá para todos que estão nos ouvindo. Meu nome é Craig Conway. Agora, embora eu tenha sido um ator de profissão, bem recentemente eu fui apresentado a fazer radio onde eu converso com pessoas de todas as partes do mundo. Bem, hoje eu tenho um convidado muito muito especial na linha da Austrália.
A turbulência e o trauma dessa pandemia apenas ampliou a extrema necessidade de uma profunda e permanente solução para todo o caos e sofrimento na vida humana. E essa profunda e duradoura solução é exatamente o que este biólogo que eu irei entrevistar irá nos fornecer. Ele o fará explicando e resolvendo a causa subjacente de todo o sofrimento, que é a nossa chamada Condição Humana acometida pelo “Bem e o Mal”.
Então não me interessa o que você está fazendo, você precisa parar e ouvir esta Entrevista. Aliás, eu não me importo com o que você faça para o resto da sua vida, se você pode você apenas precisa ouvir isso!
A entrevista será dividida em 4 partes, cada uma com cerca de 15 minutos, o que não é muito se você considerar que estaremos explicando a Condição Humana por inteiro!
Então é um grande privilégio para mim apresentar o biólogo Australiano Jeremy Griffith. Ele é o autor do livro intitulado “Freedom: The End of The Human Condition”, e esta é a minha cópia, a qual eu tenho comigo por um bom tempo e eu a carrego para todo lugar que vou, e existem agora milhares de pessoas por todo o mundo estudando, lendo e pesquisando através deste livro que Jeremy nos proporcionou. (Craig aprendeu sobre A Explicação da Condição Humana de Jeremy no começo de 2019 e se impressionou de tal forma que resolveu abrir um Centro WTM no Nordeste da Inglaterra para promovê-la; veja www.WTMNorthEastEngland.com.]
Então, eu estou aqui para falar a todos que esse livro não apenas me surpreendeu, mas também ao Professor Harry Prosen, que é o Ex-Presidente da Associação Canadense de Psiquiatria, logo um dos líderes mundiais no ramo da psiquiatria—e ele falou e eu cito: “Eu não tenho dúvidas que a explicação biológica de Jeremy Griffith é o Santo Graal do conhecimento que nós buscamos para a reabilitação psicológica da espécie humana. Esse é o livro que todos nós estávamos esperando, esse é o livro que salva o mundo.” Fim da citação.
Agora, eu acredito que todos que estão nos ouvindo vão concordar que “a reabilitação da espécie humana” é exatamente o que esse mundo precisa! Então apertem os cintos nos seus assentos essa será a conversa mais interessante—e emocionante—que você já ouviu.
Então Jeremy, obrigada por estar aqui para conversar conosco. Nos conte como o seu trabalho possibilita “a reabilitação psicológica da raça humana”, e termina com todo o sofrimento e discórdia e, como o Professor Harry Prosen afirma, “salva o mundo”?
Jeremy Griffith: Muito obrigada por me receber no seu programa Craig. Achar a compreensão da nossa Condição Humana psicologicamente perturbada tem sido na verdade os esforços de cada ser humano que já viveu, tem se dedicado a alcançar e contribuído para encontrar. Como disse o Professor Prosen, encontrar a compreensão da condição humana tem sido o “Santo Graal” de toda a jornada humana de pensamento consciente e investigação.
Nós humanos temos vivido em absoluta esperança, fé e confiança que um dia, em algum lugar, todos os esforços de cada um de nós—mas em particular dos cientistas—finalmente produziriam a compreensão completamente redentora, edificante e curativa de nós humanos. Eu sei que deve parecer ultrajante afirmar que essa meta das metas foi finalmente alcançada, mas foi! Na verdade, a condição humana é um tema tão difícil para nós humanos enfrentarmos e lidarmos que eu não poderia estar falando sobre ela tão aberta e livremente se tal não tivesse sido resolvida.
Craig: Ok Jeremy, resolva a condição humana para nós, somos todos ouvidos!
Jeremy: Primeiramente, eu sou um biólogo, e isso é importante porque eu acredito que todo mundo vai concordar que o que precisamos é de uma explicação não abstrata, não mística, completamente racional e, portanto, compreensível, científica e biológica de nós, humanos.
Então, como vamos explicar e entender a condição humana, entender por que nós humanos somos do jeito que somos, tão brutalmente competitivos, egoístas e agressivos que a vida humana se tornou quase insuportável. Na verdade, como podemos entender tanto nosso comportamento divisivo que a causa subjacente seja tão explicativa e compreendida que, como disse o Professor Prosen, toda a raça humana seja psicologicamente reabilitada e a vida de todos seja transformada?
Craig: Sim, isso é o que nós queremos; a condição humana finalmente explicada, resolvida e curada para sempre!
Jeremy: Exatamente Craig. Então. Para começar do começo, eu sei que todo mundo que está nos ouvindo está vivendo na crença—bem é o que fomos ensinados na escola e confirmados em qualquer documentário—que o comportamento competitivo, agressivo e egoísta do ser humano se deve ao fato de termos instintos selvagens, que devemos reproduzir nossos genes, como outros animais. Certamente, embora os pensadores de esquerda afirmem que temos alguns instintos altruístas e cooperativos, eles também dizem que temos esse lado “animal” egoísta e competitivo, que Karl Marx limitou a necessidades básicas como sexo, comida, abrigo e vestuário.
Quero dizer, nossas conversas estão saturadas com essa crença, com comentários como: “Nós somos programados por nossos genes para tentar dominar os outros e ser um vencedor na batalha da vida”; e “Nossa preocupação com a conquista sexual é devido ao nosso instinto primordial de semear nossas sementes”; e “Os homens se comportam de forma abominável porque seus corpos são inundados com testosterona que promove a reprodução de seus genes”; e “Queremos uma casa grande porque somos inatamente territoriais”; e “Lutas e guerras são apenas nossa natureza animal combativa profundamente enraizada se expressando”.
Craig: Sim, é exatamente isso que entendi ser a razão de nossa natureza competitiva e agressiva—que temos instintos brutalmente competitivos, de sobrevivência do mais forte, que sempre temos que tentar conter, civilizar ou controlar da melhor forma possível; Quero dizer, isso é o que me ensinaram na escola.
Jeremy: Sim, foi isso que nos ensinaram, mas vamos pensar sobre isso – e o que vou dizer agora é muito importante, então espero que todos estejam ouvindo com atenção.
Certamente, essa ideia de que temos instintos selvagens, competitivos e agressivos, que devem reproduzir os nossos genes, não pode ser a verdadeira razão para o comportamento competitivo e agressivo de nossa espécie porque, afinal, palavras usadas para descrever nosso comportamento humano tais como egocêntrico, arrogante, inspirado, deprimido, iludido, pessimista, otimista, artificial, odioso, cínico, mesquinho, sádico, imoral, brilhante, dominado pela culpa, mal, psicótico, neurótico e alienado, todos reconhecem o envolvimento da mente pensante totalmente consciente da NOSSA espécie. Eles demonstram que há uma dimensão psicológica em nosso comportamento; que não sofremos de uma “condição animal” impulsionada pelo oportunismo genético, mas sim de uma CONDIÇÃO HUMANA consciente e psicologicamente perturbada.
Além disso, nós humanos temos instintos morais cooperativos, altruístas e amorosos, cuja voz ou expressão chamamos de nossa consciência¹ – que é o completo oposto de instintos competitivos, egoístas e agressivos. Como Charles Darwin disse, “O senso moral … oferece a melhor e mais elevada distinção entre o homem e os animais inferiores” (The Descent of Man, 1871, cap. 4). Claro, para ter adquirido esses instintos morais cooperativos, altruístas e amorosos, nossos ancestrais símios distantes devem ter vivido de forma cooperativa, altruísta e amorosa; do contrário, de que outra forma poderíamos tê-los adquirido? Nossos ancestrais símios não podem ter sido selvagens brutais, portadores de porretes, competitivos e agressivos como nos ensinaram; ao contrário, eles devem ter vivido em um estado semelhante ao do Jardim do Éden de gentileza inocente cooperativa, altruísta e amorosa—que, como eu gostaria de explicar para você mais tarde nesta entrevista Craig, é um estado no qual a espécie de macacos bonobo está vivendo atualmente e que descobertas antropológicas agora evidenciam que um dia nós vivemos. Por exemplo, antropólogos como C. Owen Lovejoy estão relatando que “nosso mutualismo cooperativo que define a espécie pode agora ser visto como estendendo-se muito além do Plioceno mais profundo [que está bem além de 5,3 milhões de anos atrás]” (“Reexaminando as Origens Humanas à luz de Ardipithecus ramidus”, Science, 2009, Vol.326, No.59).
[Nota do tradutor: Consciência¹: Em sua explicação Griffith define claramente que nossa consciência está diretamente ligada ao nosso instinto, nossos genes, e o fato de sermos conscientes está diretamente ligado ao nosso cérebro, a sermos a única espécie completamente consciente, aos nossos nervos, ao nosso intelecto. Sendo assim ele se refere em diversas vezes ao conflito que ocorre dentro de nós seres humanos como: nossos genes X nossos nervos, logo nossa consciência X nosso estado consciente, ou simplesmente instinto X intelecto. Conscience = Consciência e Consciousness = estado consciente.]
Então, dizer que nosso comportamento competitivo e agressivo vem de nossos instintos agressivos e competitivos simplesmente não é verdade—como eu gostaria de voltar em breve, é apenas uma desculpa conveniente que usamos enquanto esperávamos pela real explicação com a psicose reconhecida e resolvida da nossa atual condição humana competitiva e agressiva!
Craig: Uau, então essa é uma declaração muito importante, Jeremy, quero dizer, é um ponto muito importante que você está fazendo aqui. Você está dizendo que nosso comportamento competitivo e agressivo não se deve a necessidade instintiva de nossos genes de se reproduzirem como outros animais, mas sim a uma condição psicologicamente perturbada da nossa mente consciente, correto?
Jeremy: Sim, nosso comportamento egocêntrico, arrogante, maldoso, vingativo e até mesmo sádico não tem nada a ver com o desejo de reproduzir nossos genes. Isso foi um absurdo. E é realmente uma boa notícia que nosso comportamento é devido a uma condição psicologicamente perturbada da nossa mente consciente, porque as psicoses podem ser curadas com compreensão. Se nosso comportamento competitivo e agressivo se devesse ao fato de termos instintos selvagens, então ficaríamos presos a esse comportamento enrijecido e inato. Isso significaria que só poderíamos esperar conter e controlar esses instintos supostamente brutais. Mas como o comportamento divisivo de nossa espécie é devido a uma psicose, esse comportamento divisivo pode ser curado com entendimento curativo. Portanto, esta é uma notícia muito boa. Na verdade, notícias incrivelmente excitantes, porque com a compreensão podemos finalmente acabar com nossa condição humana psicologicamente perturbada. É a compreensão de nós mesmos que precisávamos para curar a dor em nossos cérebros e nos tornarmos sãos e sanos novamente.
Como eu disse, a explicação dos “instintos selvagens” era apenas uma desculpa conveniente enquanto procurávamos a real explicação com a psicose adereçada e resolvida do nosso comportamento divisivo, a qual eu gostaria de apresentar agora.
Craig: Ok, o que você está dizendo aqui, Jeremy, é que nós não precisamos mais da desculpa conveniente de que temos um tipo de instinto animal selvagem porque nós temos a real explicação da nossa condição humana psicologicamente perturbada da nossa mente consciente!
Jeremy: Sim, e essa explicação da psicose adereçada e resolvida, tão importante e chave, é na verdade muito óbvia.
Se pensarmos a respeito, se um animal se tornasse inteiramente consciente, como nós humanos nos tornamos, então a nova mente autogerida e consciente baseada na compreensão certamente teria que desafiar as suas orientações instintivas pré-existentes para o mundo, não teria? Uma batalha teria que acontecer entre a mente consciente emergente, que opera de uma base de compreensão causa e efeito, e os instintos, sem a mesma como base, que sempre controlaram e ditaram como aquele animal se comporta.
Craig: Sim, isso faz sentido Jeremy, então o que aconteceu quando este animal ficou consciente e toda sua vida se transformou em uma confusão psicológica?
Jeremy: Bem, a maneira mais fácil de ver o que aconteceu é imaginar a situação difícil enfrentada por um animal cuja vida sempre foi controlada por seus instintos, desenvolvendo subitamente uma mente consciente, porque se fizermos isso, veremos muito rapidamente como esse animal desenvolveria uma condição psicologicamente perturbada, competitiva e agressiva como a que sofremos.
Então vamos imaginar uma cegonha: vamos chamá-lo de Adão. A cada verão, Adão migra instintivamente para o Norte com as outras cegonhas da costa da África para a Europa para procriar, como fazem algumas variedades desta espécie. Como ele não tem uma mente consciente, Adão não pensa ou questiona o seu comportamento, ele apenas segue o que seus instintos lhe dizem para fazer.
Mas e se dermos a Adão um grande cérebro capaz de pensar conscientemente? Ele começará a pensar por si mesmo, mas muitas de suas novas ideias não serão condizentes com seus instintos. Por exemplo, ao migrar para o norte com as outras cegonhas, Adão percebe uma ilha cheia de macieiras. Ele então toma a decisão consciente de desviar-se de seu caminho migratório e explorar a ilha. É sua primeira grande experiência em autogestão.
Mas quando os instintos de Adão perceberem que ele se desviou do curso, eles vão criticar seu comportamento desprogramado e tentar dogmaticamente puxá-lo de volta ao seu caminho de voo instintivo, não é? Na verdade, eles vão condená-lo como sendo mau.
Imagine o tumulto que Adão vai experimentar: ele não pode voltar a simplesmente seguir seus instintos. Suas orientações instintivas para o caminho migratório foram adquiridas ao longo de milhares de gerações de seleção natural, mas essas orientações não são compreensões, e como sua mente consciente requer compreensão, a qual só pode ser obtida através da experimentação, inevitavelmente uma guerra irromperá com seus instintos.
O ideal neste ponto seria que a mente consciente de Adão se sentasse e explicasse aos seus instintos por que ele os desafia. Ele explicaria que o processo de seleção natural baseado nos genes só dá ao mundo orientações instintivas para as espécies, enquanto sua mente consciente, que é capaz de fazer sentido de causa e efeito, precisa entender o mundo para operar.
Mas Adão não tem esse auto entendimento. Ele só agora começou sua busca pelo conhecimento. Na verdade, ele nem está ciente de qual é realmente o problema. Ele simplesmente começou a sentir que ele é mau.
Craig: Certo, então o que você está dizendo é que uma guerra irrompeu entre sua mente consciente e seus instintos, a qual ele não consegue explicar, e isso o deixou se sentindo mal ou que ele é mau de alguma forma. Então, o que aconteceu?
Jeremy: Bem, tragicamente, enquanto buscamos a compreensão, podemos ver que três coisas inevitavelmente vão acontecer. Adão vai retaliar defensivamente contra a crítica implícita de seus instintos; ele vai procurar desesperadamente qualquer reforço que possa encontrar para aliviar-se dos sentimentos negativos; e vai tentar negar a crítica e bloqueá-la de sua mente. Ele se tornou irritado, egocêntrico e alienado—que é o estado psicologicamente perturbado que chamamos de condição humana, porque fomos nós, humanos, que desenvolvemos uma mente consciente e ficamos psicologicamente perturbados. (E “perturbado” é a palavra certa para nossa condição porque, embora não sejamos “maus”, estamos definitivamente psicologicamente perturbados por termos que participar da busca heróica da humanidade pelo conhecimento. “Corrompido” e “caído” têm sido usados para descrever nossa condição, mas ambas têm conotações negativas que agora podemos apreciar como sendo imerecidas, então “perturbado” é uma palavra melhor).
Assim, o intelecto ou “ego” de Adão (ego sendo apenas mais uma palavra para o intelecto, já que o Dicionário Conciso de Oxford define “ego” como “o eu pensante consciente” (5ª ed., 1964)) tornou-se “centrado” ou focado na necessidade de se justificar—Adão tornou-se ego-cêntrico, egoisticamente preocupado em competir agressivamente por oportunidades para provar que ele é bom e não mau, para validar seu valor, para obter uma “vitória”; para essencialmente obter qualquer reforço positivo que lhe traria algum alívio de seus instintos críticos. Ele inevitavelmente se tornou preocupado com si mesmo ou egoísta, agressivo e competitivo.
Portanto, nosso comportamento egoísta, competitivo e agressivo não se deve a instintos selvagens, mas a um estado ou condição psicologicamente perturbada.
Basicamente, sofrer uma perturbação psicológica foi o preço que nós humanos conscientes tivemos que pagar por nossa heróica busca por compreensão. Nas palavras da canção Sonho Impossível do musical O Homem de La Mancha, nós tínhamos que estar preparados para “marchar ao inferno por uma causa celestial” (letra de Joe Darion, 1965). Tivemos que nos perder para nos encontrarmos; tivemos que sofrer nos tornando irritados, egocêntricos e alienados até encontrarmos conhecimento suficiente para nos explicarmos.
Craig: Uau Jeremy, quero dizer, isto é simplesmente fascinante. Então Adam—nós humanos—desenvolvemos uma mente consciente e inevitavelmente começamos a guerrear com nossos instintos, uma guerra perturbadora que só poderia terminar quando pudéssemos explicar e entender por que tivemos que desafiar nossos instintos, que é a explicação que você acabou de fornecer, correto?
Jeremy: Exatamente, lembre-se que Adam ficou defensivamente irritado, egocêntrico e alienado porque ele não conseguia explicar por que estava desafiando seus instintos, então agora que podemos explicar o porquê, esses comportamentos defensivos não são mais necessários e podem acabar!
Isso é basicamente tudo que há para explicar, essa é a explicação biológica da condição humana que nos traz, como disse o Professor Prosen, “a reabilitação psicológica da raça humana”!
Craig: Esta é uma história tão simples, mas de tão grande alcance em suas ramificações—quero dizer, que está mudando o mundo, porque realmente permite “a reabilitação psicológica da raça humana”! Isto é simplesmente maravilhoso.
Certo, eu estou falando com o biólogo australiano Jeremy Griffith.
Parte 2
Já que a explicação de instinto X intelecto
é razoavelmente óbvia, porque ela
não nos foi ensinada na escola?
Craig: Olá, sou Craig Conway e estou conversando com o biólogo Australiano Jeremy Griffith sobre como podemos acabar com todo o tumulto e trauma do mundo explicando e compreendendo a condição humana—que é a explicação instinto X intelecto que Jeremy acabou de nos dar na Parte 1 desta entrevista.
Eu tenho algumas perguntas Jeremy. Em primeiro lugar, embora pareça uma explicação óbvia que, quando nos tornamos conscientes, uma batalha psicologicamente perturbadora deve ter começado com nossos instintos ditatoriais, mas se é tão óbvia, por que não fomos ensinados isto na escola? E, em segundo lugar, como nossos ancestrais símios, como por exemplo os bonobos, foram capazes de se tornarem cooperativos e amorosos, o que, como você disse, deve ser a origem de nossa consciência moral instintiva que, segundo Darwin, nos distingue dos outros animais? E minha terceira pergunta é: como a “reabilitação psicológica da raça humana”, que o professor Prosen descreve, realmente acontece; quero dizer, todos nós temos que fazer terapia ou algo assim?
Ok, a propósito, quero mencionar também que já que existem alguns conceitos novos e muito interessantes para se pensar, Jeremy disse que disponibilizará tanto o vídeo quanto a transcrição desta entrevista no topo do site que promove esta compreensão da condição humana, que é o site do World Transformation Movement (WTM), Movimento pela Transformação Mundial em tradução livre, em HumanCondition.com. Esta entrevista estará lá como um vídeo, e a transcrição como um livreto gratuito, para que você possa voltar a ouvir, ou ler a entrevista novamente, porque, como eu disse, com este grande tema da condição humana, há muito a ser analisado, pensado e absorvido.
Jeremy: Ok, estas são perguntas muito boas Craig.
Então, comecemos com a sua primeira pergunta, a qual é se a explicação de Instinto X Intelecto é tão óbvia, por que não nos foi ensinada na escola?
A resposta é que embora tenha sido reconhecido—mesmo desde os tempos antigos—que o surgimento da nossa mente consciente de alguma forma nos fez “cair da graça”, ou como você quiser descrever a corrupção do nosso estado original instintivo inocente, cooperativo, altruísta e amoroso, não foi até que a ciência revelou a diferença entre os sistemas de aprendizagem baseados em genes e em nervos—onde os genes podem orientar, mas os nervos precisam entender – que finalmente estávamos em condições de explicar a razão adequada para a nossa condição humana irritada, egocêntrica e alienada.
A história bíblica de Adão e Eva no Jardim do Éden, que Moisés escreveu há tanto tempo atrás, por volta de 1.500 AC., na verdade descreve perfeitamente a batalha psicologicamente perturbadora que surgiu entre nossos instintos e intelecto consciente. Ela conta que Adão e Eva/nós humanos tiraram o “fruto” (Gênesis 3:3) “da árvore do conhecimento” (Gênesis 2:9, 17) e foram “desobedientes” (o termo amplamente usado nas descrições de Gênesis 3). Em outras palavras, desenvolvemos uma mente consciente e o livre arbítrio. Mas nessa história pré-científica relata-se que Adão e Eva então se tornaram “maus” (Gen. 3:22) perpetradores do “pecado” (Gen. 4:7) porque se tornaram irritados, egocêntricos e alienados, e como resultado Moisés disse que eles foram “banidos…do Jardim do Éden” (Gen. 3:23) estado de inocência cooperativa e amorosa.
Não sabendo como os instintos naturalmente selecionados diferem da mente consciente de causa e efeito, esta história de Adão e Eva se tornarem conscientes só poderia concluir que a condição irritada, egocêntrica e alienada que surgiu quando nos tornamos conscientes era um estado mau, maligno, pecaminoso, mas esta apresentação científica diz: “Não, não, não, essa história está errada”. Adão e Eva não são na verdade apenas bons, mas os heróis de toda a história da vida na Terra—porque certamente a mente consciente é a maior invenção da natureza e receber a tarefa de buscar a compreensão, enquanto o mundo inteiro está te condenando foi a mais difícil e dura das tarefas—porque essa condenação foi universal. Todas as outras cegonhas inocentes estão condenando a busca pelo conhecimento, e como toda a natureza—a chuva, as nuvens, as árvores e outros animais—estão todos associados ao nosso eu instintivo original que nos condenava, o mundo inteiro, de fato, se agrupou em Adão e Eva, ou seja, nós humanos—e ainda assim, todo o tempo fomos bons e não maus, mas não conseguimos explicar o porquê, mas agora, finalmente, através do benefício da ciência, podemos.
Craig: Sim, eu não tinha percebido isso, mas é verdade, quero dizer que Adão e Eva tirando o fruto da árvore do conhecimento é uma metáfora para se tornar consciente, e então eles foram expulsos do Jardim do Éden da inocência original porque parecia que eles eram maus por fazer isso, mas agora felizmente podemos explicar afinal que eles, nós humanos, não éramos maus; na verdade, nós somos os heróis da história da vida na Terra!
Jeremy: Correto, nós podemos agora explicar e compreender afinal que nós humanos conscientes somos imensos heróis, e não vilões. Quão aliviante é isso!?
E com relação ao reconhecimento do conflito perturbador entre nosso instinto moral e nosso intelecto consciente, a história bíblica de Adão e Eva está longe de ser o único reconhecimento nos tempos antigos. De fato, como o pesquisador Richard Heinberg resumiu em seu livro Memórias e Visões do Paraíso de 1990 (sublinhado por Jeremy), “Toda religião começa com o reconhecimento de que a mente humana consciente foi separada da Fonte divina, que um anterior senso de unicidade…foi perdido…em todas as partes da religião e da mitologia há um reconhecimento de que nos afastamos de uma inocência original…e só podemos retornar a ela através da resolução de alguma profunda discórdia interior…a causa da Queda é descrita de várias maneiras como desobediência, como comer um fruto proibido [da árvore do conhecimento], e como amnésia espiritual [esquecer, bloquear, negar, alienar, que é nossa psicose]” (pp. 81-82 de 282). Assim, todas as nossas religiões e a maioria de nossas mitologias reconheceram o conflito básico dentro de nós – que o surgimento da “mente consciente” causou nossa “Queda” da “Inocência”.
Há cerca de 800 , o poeta grego Hesíodo escreveu sobre o tempo pré-consciente de nossa espécie de viver cooperativa e amorosamente em seu poema épico Obras e Dias: “Quando semelhantes a deuses e mortais nasceram / Uma raça dourada os imortais se formaram na terra… Como deuses eles viveram, com a mente tranquila e sem perturbações/ Livres das labutas e angústias de nossa espécie / Nem a idade decrépita deformava sua moldura…Estranhos à doença, suas vidas em festas fluíam…Morrendo eles afundaram no sono, nem pareciam morrer / Cada um deles era bom; o solo que sustentava a vida / Produzia seus frutos copiosos, não subornados pela labuta / Eles com bens abundantes entre terras tranquilas / Todos dispostos a compartilhar a coleta de suas mãos” (The Remains of Hesiod the Ascræan, tr. C.A. Elton, pp.17–18 ). Portanto, sim, eles não tinham uma mente consciente perturbada, e viviam uma vida compartilhada e gentil.
Craig: Sim, ouvi falar da ideia de uma “raça de ouro”, mas na verdade não sabia de onde ela vinha. Então, o que você está dizendo, Jeremy, é que nossos ancestrais distantes tinham uma “mente calma e tranquila”—nenhuma condição humana ainda!
Jeremy: Sim, isso mesmo, e em 360 o compatriota grego de Hesíodo, Platão deu esta descrição muito semelhante do tempo pré-consciente de inocência da nossa espécie. Ele escreveu: “houve um tempo em que…vimos a visão beatífica e fomos iniciados num mistério que pode ser verdadeiramente chamado de mais abençoado, celebrado por nós em nosso estado de inocência, antes de termos qualquer experiência de males futuros, quando fomos admitidos à visão das aparições inocentes, simples, calmos e felizes, que vimos brilhando em pura luz, puros nós mesmos e ainda não consagrados naquele túmulo vivo que carregamos, agora” (Phaedrus; tr. B. Jowett, 1871, 250).
Platão também deu esta outra descrição do passado pré-consciente na “Idade de Ouro” inocente de nossa espécie, escrevendo de uma época em que vivíamos uma “vida abençoada e espontânea…[onde] não havia nenhuma violência, nem devoradores uns dos outros, nem guerra ou briga entre eles…Naqueles dias, o próprio Deus era seu pastor e governava sobre eles [em outras palavras, nosso eu instintivo original estava orientado a viver de forma cooperativa e amorosa ideal]… Sob ele não havia formas de governo ou posse separada de mulheres e crianças; pois todos os homens ressuscitaram da terra, não tendo memória do passado [em outras palavras, vivíamos em um estado pré-consciente]. E…a terra lhes dava frutos em abundância, que cresciam em árvores e arbustos sem serem plantados pela mão do homem. E eles moravam nus, e principalmente ao ar livre, pois a temperatura de suas estações era amena; e não tinham camas, mas se deitavam em sofás macios de grama, que cresciam abundantemente da terra” (The Statesman, c.350 BC; tr. B. Jowett, 1871, 271–272).
O problema é que Hesíodo e Platão, como Moisés, estavam vivendo numa época em que a ciência ainda tinha que ser desenvolvida, então eles não eram capazes de fornecer a satisfatória explicação, de que os instintos redentores podem orientar, mas apenas os nervos podem compreender, e esclarecer as razões pelas quais nos separamos da “inocência” e aparentemente nos tornamos “maus”, pessoas más.
Craig: Sim, porque não havia ciência nessa época.
Jeremy: Exatamente, foi somente nos últimos 150 anos ou mais que a ciência nos deu 1: a capacidade de saber que o processo de seleção natural baseado nos genes dá às espécies orientações para o mundo; e 2: o conhecimento de nossos nervos e como eles são capazes de se lembrar de eventos, o que, muito desenvolvido, fez com que nossa mente fosse capaz de compreender suficientemente a relação entre causa e efeito para se tornar consciente de, ou inteligente sobre essas relações. Assim, isso só aconteceu nos últimos 150 anos, mas desde que o registro fóssil de nossos antepassados sugere que o nosso grande córtex de associação, cérebro pensante e totalmente consciente apareceu há cerca de 2 milhões de anos, isso significa que durante quase todos os 2 milhões de anos em que estivemos conscientes, não tivemos a capacidade de explicar e entender por que corrompemos nosso eu ou alma instintiva inocente original. E sem essa explicação redentora, a única maneira de lidar com a culpa astronômica de termos destruído o “Éden” foi negar que alguma vez vivemos em um estado inocente cooperativo e amoroso—e foi exatamente aí que a desculpa de termos instintos selvagens competitivos e agressivos como outros animais veio em nosso socorro.
E, por mais falso que seja, tem sido uma desculpa absolutamente brilhante porque, em vez de nossos instintos serem totalmente amorosos e, portanto, insuportavelmente condenadores de nosso atual estado não amoroso, eles são feitos para serem viciosos, brutais e “precisam reproduzir seus genes” como outros animais; e, em vez de nossa mente consciente ser a causa destruidora do instinto de nossa corrupção, foi feita para ser a “heroína” mediadora irrepreensível que teve que intervir e tentar controlar esses supostos instintos viciosos dentro de nós! E aqueles que ousaram admitir a verdade de nosso passado cooperativo e amoroso, como Hesíodo e Platão, foram descartados como românticos iludidos, e toda a ideia de um passado edênico inocente não era mais que uma nostalgia da segurança e do calor materno da infância, que “nunca foi um estado histórico”, como disse o psicólogo junguiano Erich Neumann em seu livro As Origens e História da Consciência (19, p.15 de 3).
Craig: Sim, e não podíamos encarar a verdade de que tínhamos transformado a utopia em distopia, em um lugar terrível de conflito e sofrimento, correto?
Jeremy: Sim, é isso mesmo Craig, e devo ressaltar que enquanto a maioria dos pensadores contemporâneos se agarraram aos instintos selvagens como desculpa para o nosso comportamento divisivo, houveram alguns que, como os antigos pensadores, reconheceram verdadeiramente os elementos básicos do instinto versus intelecto envolvidos no desenvolvimento da condição humana. Eugène Marais, Paul MacLean e Arthur Koestler são alguns dos que vêm à mente.
Mas embora todos os pensadores contemporâneos tenham tido o benefício da ciência ter revelado a diferença entre os sistemas de aprendizagem baseados nos genes e nos nervos e, portanto, tenham tido os meios para explicar verdadeiramente a condição humana, aqueles que reconheceram os elementos básicos do instinto versus intelecto não levaram seu pensamento suficientemente longe para realmente explicar a condição humana. E aqueles que se apegaram aos falsos instintos selvagens—que é a grande maioria dos cientistas—não pensaram com veracidade, então não podiam esperar explicar a condição humana. E é por isso que foi necessário o pensamento verdadeiro do proeminente filósofo sul-africano Sir Laurens van der Post e, seguindo-o, eu mesmo, para finalmente apresentar a explicação completa e verdadeira da condição humana.
Craig: Ok. E Jeremy, eu assumo que as pessoas podem ler sobre os pensadores contemporâneos que reconheceram os elementos do instinto X intelecto envolvidos na condição humana, e os que agarraram-se à desculpa dos instintos selvagens no site do World Transformation Movement (WTM) em HumanCondition.com?
Jeremy: Sim, eles podem, mais especificamente no quarto vídeo no topo da página.
Além disso, como Sir Laurens van der Post e eu conseguimos abordar e resolver a condição humana é descrito em meu livro de 2020 How Laurens van der Post Saved The World, que também está disponível gratuitamente neste website. Basicamente, o que é explicado nesse livro é que, uma vez que cada um está naturalmente perturbado psicologicamente em diferentes níveis por seus diferentes encontros com a batalha da humanidade para encontrar o conhecimento, haveria sempre alguns que teriam a sorte de, em sua infância, escaparem do encontro com os furiosos, egocêntricos e alienados efeitos dessa batalha perturbadora, e são esses poucos que poderiam olhar para a condição humana sem serem excessivamente confrontados por ela—e Sir Laurens e eu fomos duas dessas pessoas extremamente afortunadas que pensam sem negação, e é assim que fomos capazes de encontrar a compreensão da condição humana.
Devo dizer também que, embora haja um apoio crescente para esta compreensão agora absolutamente necessária da condição humana, a ciência convencional ainda não a reconhece e apoia – mas é isso que acontece com a mudança de paradigma, com os avanços na ciência. Quando o físico Max Planck disse: “A ciência progride funeral a funeral” (a referência de Marilyn Ferguson a um comentário de Planck em sua Autobiografia Científica, 1948; New Age mag. Agosto, 1982; ver www.wtmsources.com/174) ele estava reconhecendo como cada geração de cientistas se apega à maneira de pensar com a qual eles cresceram e, portanto, como a ciência como um todo é lenta para se mover para um novo paradigma de entendimento. E o dramaturgo George Bernard Shaw também advertiu sobre como é difícil introduzir um novo paradigma de pensamento—especialmente quem ousa confrontar o assunto historicamente insuportável e fora dos limites como a condição humana – quando ele disse que “todas as grandes verdades começam como blasfêmias” (Annajanska, 1919). Portanto, sim, confrontar a condição humana quando todos têm vivido em temível negação da mesma, mesmo que finalmente ela tenha sido explicada e tornada segura para enfrentar, representa a maior de todas as “blasfêmias”.
Craig: Sim, eu entendo perfeitamente. Quero dizer, pela minha limitada experiência, Jeremy, sei como é difícil conseguir que as pessoas mudem sua maneira de pensar. Mas seu ponto básico é que a descoberta pela ciência da forma como os genes e os nervos funcionam finalmente tornou possível a libertação da humanidade do horror da condição humana.
Jeremy: Sim, essa é a verdade essencial: a ciência é o libertador, o chamado “messias” ou “redentor” da humanidade, como sempre esperávamos que fosse ser!
Craig: E tudo isso chega em um ótimo momento Jeremy, porque eu realmente não acho que o mundo possa lidar com mais nenhum comportamento perturbador de nós humanos—mas é claro que ainda precisamos da comunidade científica para entrar a bordo e apoiar esse entendimento.
Jeremy: Absolutamente. Embora tenhamos tido que viver em negação de nossa condição corrompida e psicologicamente perturbada enquanto não conseguíamos explica-la, a verdade é que em um gráfico mostrando os níveis sempre crescentes de perturbação nos humanos, esses níveis, especialmente de psicose e alienação, têm aumentado tão rapidamente ultimamente que a linha que acompanha sua ascensão é quase vertical com a quantidade de perturbação praticamente dobrando agora em cada nova geração! Os Freedom Essays 55 e 59 em nosso site do World Transformation Movement descreve esta terrível ameaça de níveis terminais de psicose. Basicamente, tínhamos virtualmente perdido a corrida entre a autodestruição e a autocompreensão.
De fato, no início do século passado, o autor Antoine de Saint-Exupéry escreveu que “Estamos vivendo dias profundamente ansiosos, e se quisermos aliviar nossa ansiedade devemos diagnosticar sua causa… Qual é o significado do homem? A esta pergunta nenhuma resposta está sendo oferecida, e tenho a sensação de que estamos caminhando para a era mais escura que nosso mundo já conheceu” (A Sense of Life, pub. 1965, pp.127, 219 de 231), e os “dias de profunda ansiedade” aumentaram muito no século desde então, por isso estamos agora exatamente no meio da “era mais escura que o nosso mundo já conheceu”—assim esta explicação que salva o mundo, “alivia” a “causa”, e entrega a compreensão do “significado do homem”, definitivamente chegou na hora certa, o que significa que a comunidade científica definitivamente precisa se recompor e apoiar este avanço!
Então agora vou abordar suas outras perguntas Craig, mas devo mencionar que o primeiro dos vídeos no site do World Transformation Movement adverte sobre a dificuldade que não só os cientistas tiveram, mas quase todos, que tentam confrontar e pensar sobre o assunto historicamente insuportável de nossa condição corrompida que finalmente foi explicada e tornada segura para confrontar e admitir, tem.
Craig: Eu sou Craig Conway e estou falando com o biólogo australiano Jeremy Griffith.
Parte 3
Como que nós humanos adquirimos a nossa consciência moral de cooperação e amor instintiva?
Craig: Nós estamos continuando a nossa importante conversa com o biólogo Australiano Jeremy Griffith que está explicando a condição humana e como entendê-la pode acabar com todo o trauma e sofrimento no mundo—e como nós precisamos disso!
Na Parte 1 Jeremy explicou que nós humanos conscientes nos tornamos irritados, egocêntricos e alienados porque nós não conseguíamos explicar por que nós tivemos que desprezar os nossos instintos, mas agora que nós podemos explicar isso e entender a nós mesmos, essas formas defensivas de lidar com a situação não são mais necessárias e a raça humana está psicologicamente reabilitada.
Na Parte 2 Jeremy explicou que a razão pela qual tivemos que usar a desculpa desonesta dos instintos selvagens é por que a ciência tinha que encontrar o entendimento da maneira como os genes e os nervos funcionam, onde os genes podem orientar uma espécie, mas os nervos precisam entender causa e efeito.
Então Jeremy, minha segunda pergunta para esta Parte 3 da nossa entrevista é como nossos ancestrais símios foram capazes de se tornarem cooperativos e amorosos, o que, como você disse, deve ser a origem de nossa consciência moral instintiva que Darwin disse que nos distingue de outros animais?
Jeremy: Sim, está bem, então como adquirimos nossos instintos morais tem sido um dos maiores mistérios da biologia. O primatologista Richard Wrangham descreveu-o como “Uma questão que tem ficado sem solução no núcleo da biologia desde Darwin” (análise do livro de E.O. Wilson de 2019 Gênesis: A Origem Profunda das Sociedades). E o próprio Darwin a descreveu como “uma dificuldade especial” com seu conceito de seleção natural (On The Origin of Species, 1859, p.209 de 440). A razão da ‘dificuldade’—e isto é um pouco de biologia básica para você – é que os genes normalmente não podem selecionar por características incondicionalmente altruístas e totalmente cooperativas, simplesmente porque tais características tendem a ser auto eliminadoras e por isso normalmente não podem se estabelecer em uma espécie – quero dizer, ‘por todos os meios, você pode ser altruísta e sacrificar seus genes por mim, mas eu não estou prestes a ser altruísta e sacrificar meus genes por você’. O que, a propósito, significa que a ‘cooperação supera a competição’, a teoria da ‘seleção de grupo’ que os pensadores de esquerda dizem que explica nossa capacidade de ser altruísta é biologicamente impossível—veja meu livro Death by Dogma. Portanto, a questão é: como um processo tão egoísta como a seleção natural poderia ter criado em nós um altruísmo amoroso?
A resposta é que isso foi alcançado em nossos antepassados através do maternar, do acolhimento e cuidado materno. Para explicar o que há de tão significativo no cuidado de uma mãe com seus filhos, preciso primeiro ressaltar que o instinto materno de uma mãe em cuidar de sua prole é egoísta porque ela está assegurando a reprodução de seus genes, assegurando a sobrevivência da prole que carrega seus genes. Portanto, o maternalismo é uma característica egoísta, que, como acabo de dizer, os traços genéticos normalmente têm de ser para que se reproduzam e continuem na próxima geração. Por outro lado, e isto é muito importante, da perspectiva da criança, o maternalismo tem a aparência de ser altruísta. Do ponto de vista da criança, ela está sendo tratada incondicionalmente de forma altruísta – a mãe está dando aos seus filhos alimento, calor, abrigo, apoio e proteção por aparentemente nada em troca. Portanto, se a criança puder permanecer na infância por um longo período e ser tratada com muito amor aparentemente altruísta, ela será doutrinada com esse amor altruísta e crescerá para se comportar de acordo. Assim, o maternalismo egoísta pode treinar uma criança em altruísmo abnegado. ( O Freedom Essay 21 em nosso site do World Transformation Movement, e o capítulo 5 de FREEDOM explicam este processo de “doutrinação do amor”, como nós o chamamos, de forma mais completa).
Craig: Portanto, o que você está dizendo é que o cuidado materno de seus bebês é principalmente egoísta geneticamente porque garante a reprodução de seus genes, mas para o bebê parece que ele está recebendo amor incondicional altruísta.
Jeremy: Sim, exato, e se pensarmos nos primatas, sendo semi-verticais por viverem em árvores, balançando de galho em galho, e assim tendo seus braços livres para segurar uma criança dependente, é claro que eles são especialmente facilitados para apoiar e prolongar a relação mãe-bebê, e assim desenvolver este comportamento materno-acolhedor, amoroso e cooperativo.
E de fato, os bonobos, espécie de macacos que vive ao sul do rio Congo na África, são extraordinariamente matriarcais, ou focados no papel feminino, e extraordinariamente materno-acolhedores. Você pode encontrar fotos on-line—e vou incluir algumas no livreto e no vídeo desta entrevista—que ilustram como os bonobos são maternais; eles mostram as mães bonobo dando a seus filhos sua atenção dedicada e indivisível!
E como resultado de todo esse acolhimento e cuidado, os bonobos são os mais cooperativos e amorosos de todos os primatas, o que é evidenciado por essas citações absolutamente surpreendentes que eu tenho que ler para vocês.
Bárbara Bell, a guardiã do zoológico de Bonobos, escreve que “os bonobos adultos demonstram uma tremenda compaixão um pelo outro… Por exemplo, Kitty, a fêmea mais velha, é completamente cega e com dificuldades de audição. Às vezes ela se perde e fica confusa. Então eles simplesmente a pegam e a levam para onde ela precisa ir.” (“Os bonobos: “Novos” macacos estão nos ensinando sobre nós mesmos”, Chicago Tribune, 11 de junho de 1998).
A primatologista Sue Savage-Rumbaugh diz: “A vida dos Bonobos está centrada em torno das crianças. Ao contrário do que acontece entre os chimpanzés, todos os membros do grupo social bonobo ajudam nos cuidados infantis e compartilham a comida com as crianças. Se você é uma criança bonobo, não há como errar…As fêmeas bonobo e seus bebês formam o núcleo do grupo.” (Sue Savage-Rumbaugh & Roger Lewin, Kanzi: O macaco à beira da mente humana, 1994, p.108 de 299).
Uma cineasta do documentário francês Bonobos diz: “Eles são certamente os animais mais fascinantes do planeta. Eles são os animais mais próximos do homem [na medida em que compartilham quase 99% de nossa composição genética]…Uma vez fui atingida na cabeça por um galho que tinha um bonobo nele. Sentei-me e o bonobo notou que eu estava numa situação difícil, veio e me pegou pela mão e moveu meu cabelo para trás, como eles fazem. Eles vivem em compaixão, e isso é realmente interessante de presenciar.” (curta metragem que acompanha o documentário francês Bonobos de 2011).
E a pesquisadora de bonobos Vanessa Woods dá este relato em primeira mão da capacidade ilimitada de amor dos bonobos a partir de seu estudo sobre eles em seu habitat na bacia do Congo: “O amor dos bonobos é como um raio laser. Eles param. Eles olham para você como se tivessem esperado a vida toda para que você entrasse na selva deles. E então eles te amam com um abandono tão indefeso que você os ama de volta. Você tem que amá-los de volta” (“Um momento que me mudou – meu marido se apaixonou por um bonobo”, The Guardian, 1 de outubro de 2015).
Craig: Uau, Jeremy, essas citações são surpreendentes, realmente!
Jeremy: Sim, elas são realmente citações maravilhosas – e os bonobos são nossos parentes vivos mais próximos, como mencionado, eles compartilham 99% do nosso DNA. Portanto, podemos ver que os bonobos são a prova perfeita de como nossos ancestrais distantes se tornaram cooperativos e amorosos.
Tenho aqui outra foto de um grupo de bonobos descansando em um gramado, que também vou incluir no livreto de transcrição, e que se iguala perfeitamente à descrição que mencionei anteriormente que Platão deu sobre como era a vida dos humanos na “Era Dourada” de convivência harmoniosa e acolhedora. Platão disse: “E eles moravam nus, e principalmente ao ar livre, pois a temperatura de suas estações era amena; e não tinham camas, mas se deitavam em sofás macios de grama, que cresciam abundantemente fora da terra”. Claramente temos uma memória instintiva perfeita (se não optarmos por negá-la) de como era a vida antes “da queda” porque Platão não sabia da existência de bonobos mas, mesmo assim, sabia exatamente como era nossa vida, similar a dos bonobos, antes “da queda”.
Agora esta citação é um pouco longa, mas é uma lembrança tão maravilhosa e intuitiva de nossa espécie em áureos tempos, semelhante aos bonobos, em um estado de inocência livre de alienação, totalmente sensível e amante do todo, que eu tenho que lê-la. É do grande romancista russo Fyodor Dostoevsky. Ele escreveu sobre uma época em que: “A grama brilhava com flores vívidas e perfumadas. Os pássaros voavam em bandos no ar, empoleirando-se destemidamente em meus ombros e braços e alegremente me golpeavam com suas queridas asas agitadas. E finalmente eu vi e conheci as pessoas desta terra feliz. Eles vieram até mim em livre arbítrio, me cercaram, me beijaram. As crianças do sol, as crianças do seu sol – oh, como eram lindas!…Seus rostos estavam radiantes…em suas palavras e vozes havia uma nota de alegria infantil…Era a terra intocada pela queda; nela viviam pessoas que não tinham pecado…Não desejavam nada e estavam em paz; não aspiravam o conhecimento da vida como nós aspiramos compreendê-la, porque suas vidas estavam cheias. Mas o conhecimento deles era maior e mais profundo que o nosso…mas eu não conseguia entender o conhecimento deles. Eles me mostraram suas árvores, e eu não conseguia entender o intenso amor com que olhavam para elas; era como se estivessem falando com criaturas como eles… e estou convencido de que as árvores os entendiam. Eles olhavam assim para toda a natureza – para os animais que viviam em paz com eles e não os atacavam, mas os amavam, conquistados por seu amor…Não haviam brigas, nem ciúmes entre eles…pois todos formavam uma só família” (The Dream of a Ridiculous Man, 1877).
Esta descrição de ser “conquistado pelo amor deles” é tão parecida com a descrição dada pela pesquisadora de bonobos Vanessa Woods, quando ela disse que os bonobos “te amam com um abandono tão indefeso que você os ama de volta. Você tem que amá-los de volta”. Mais uma vez vemos como nossa memória é precisa, se não a negarmos, de como era a vida antes d’‘A Queda’.
Craig: Essa citação é tão maravilhosa, é simplesmente incrível, obrigado Jeremy, estou feliz que você a tenha lido. Esta explicação maternal acolhedora para nossos instintos morais parece razoavelmente óbvia, e evidenciada por essas citações sobre o comportamento bonobo e também pelas fotografias dos bonobos, então por que eu não ouvi falar disso até agora?
Jeremy: Bem, assim como a verdade óbvia de que nossa espécie já viveu cooperativa e amorosamente, esta verdade de que adquirimos nossos instintos morais através do maternar tem sido uma verdade insuportável enquanto não conseguíamos explicar por que nós, humanos, nos tornamos irritados, egocêntricos e alienados e, como resultado, perdemos a capacidade de cuidar adequadamente de nossas crianças com altruísmo ou amor incondicional. A verdade do passado inocente Edênico de nossa espécie e a verdade de que o maternar/cuidar é o que nos tornou humanos, ambas foram verdades impossíveis de aceitar enquanto não podíamos explicar com veracidade nossa condição humana atual imensamente corrompida, explicar por que nossa espécie ficou tão perturbada e perdeu a capacidade de cuidar corretamente das suas crianças. Como tem sido observado, “os pais preferem admitir ser um assassino do que um pai ou mãe ruins”! (John Marsden, Sunday Life, The Sun-Herald, 7 de julho de 2002).
Na verdade, esta explicação razoavelmente óbvia para nossa consciência moral foi apresentada pela primeira vez pelo filósofo americano John Fiske em seu livro Outlines of Cosmic Philosophy, publicado em 1874, poucos anos depois que Darwin publicou sua teoria da seleção natural. E, na época, a explicação de Fiske foi realmente reconhecida como sendo, e cito, “muito mais importante” do que “o princípio da seleção natural de Darwin” e “uma das mais belas contribuições já feitas para a Evolução do Homem” (Dorothy Ross, G. Stanley Hall: The Psychologist as Prophet, 1972, p.262 de 482). E o próprio Darwin chegou ao ponto de escrever a Fiske dizendo: “Nunca em minha vida li um expositor (e portanto pensador) tão lúcido quanto você” (1874; Vida e Cartas de Charles Darwin, Vol. 2). Mas mais uma vez, enquanto não pudéssemos explicar nossa perda da capacidade de cuidar e maternar adequadamente nossas crianças, esta visão “muito mais importante” do que “o princípio de seleção natural de Darwin” foi deixada morrer e eventualmente desapareceu do discurso biológico!
Posso ressaltar que 1) a explicação da seleção natural de Darwin para a variedade de espécies; 2) a explicação do acolhimento e cuidado materno de Fiske e minha para nossos instintos morais; 3) a explicação instinto X intelecto que eu dei para a condição humana; 4) a explicação que dou no capítulo 7 de FREEDOM para como nós humanos nos tornamos plenamente conscientes quando outras espécies não o fizeram; e 5) o Significado Integrativo da nossa existência guiado pela Entropia Negativa (que personificamos como ‘Deus’) que é explicado no capítulo 4 de FREEDOM—juntas são as cinco principais perguntas que a ciência teve que responder sobre nosso mundo e lugar nele – são todas explicações razoavelmente óbvias, simples e claras que corroboram a observação do biólogo Allan Savory de que ‘sempre que houve um grande problema insolúvel para a humanidade, a resposta, quando finalmente encontrada, sempre foi muito simples’ (Holistic Resource Management, 1988, 1ª edição, p. 3). Como FREEDOM deixa claro, ter que viver em negação da condição humana tem bloqueado nosso acesso a tantas verdades razoavelmente óbvias.
Craig: Obrigado Jeremy. Isto é realmente surpreendente, aprender como a ciência tem negado a herança cooperativa e amorosa de nossa espécie e as origens maternais e cuidadoras dessa alma cooperativa e amorosa. Mas tudo isso realmente faz sentido – quero dizer que certamente precisávamos da defesa de nossa condição corrompida antes que pudéssemos enfrentar a verdade sobre ela.
Eu estou falando com o biólogo Australiano Jeremy Griffith.
Parte 4
Como que a reabilitação psicológica
da espécie humana, que a chegada
do entendimento da Condição Humana
finalmente se faz possível,
realmente acontece?
Craig: Olá e bem vindos de volta a parte 4 de A Entrevista. Eu sou Craig Conway e eu estou aqui com Jeremy Griffith, o biólogo que acabou de explicar como os humanos adquiriram o nosso instinto moral. Essa é uma entrevista memorável!
Então continuando, Jeremy, e a minha terceira pergunta para essa Parte 4 da entrevista, que é como “a reabilitação psicológica da raça humana” que esse entendimento nos dá realmente acontece; todos nós temos que fazer terapia ou algo assim?
Jeremy: Bem, o que essa real—e na verdade bem óbvia—explicação do instinto vs intelecto da condição humana fundamentalmente faz é “tirar o peso da culpa” da espécie humana. Ela estabelece que nós humanos afinal somos bons e não maus. Enquanto somos todos inevitavelmente e em diferentes níveis irritados, egocêntricos e alienados em decorrência dos nossos diferentes encontros com a batalha heróica da humanidade em busca do conhecimento, deradeitamente autoconhecimento, entendimento da nossa condição corrompida, nós podemos saber que todo ser humano é fundamentalmente bom. E essa habilidade para entender e saber que tinha um bom motivo para explicar por que a raça humana se tornou psicologicamente perturbada, é a compreensão aliviadora chave que nós estávamos procurando desde que nós nos tornamos conscientes cerca de 2 milhões de anos atrás e nossa condição corrompida emergiu.
Essa é a chave do alívio para a nossa mente—poder finalmente entender que nós somos bons e não maus é o que traz o maior alívio psicológico de todos. O psicanalista Carl Jung falou “plenitude para os humanos depende da habilidade de possuir a nossa própria sombra” e já que agora nós podemos “possuir” a “sombra” da condição corrompida de 2 milhões de anos da nossa espécie, a raça humana está finalmente em condições de se tornar “inteira”. A palavra ‘psicose’ significa literalmente “doença da alma” e ‘psiquiatria’ significa literalmente “cura da alma” (derivada como são da psique que significa “alma”, ose que significa “estado ou condição anormal” e iatreia que significa “cura”—ver os par. 63 e 72 de Freedom), mas nunca fomos capazes de ‘curar nossa alma’, explicar ao nosso eu ou alma instintiva original que nós, nosso eu pensante plenamente consciente, somos bons e não maus e, ao fazê-lo, reconciliamos e curamos nossos “eus” divididos—mas agora, finalmente, podemos.
Craig: Bem, há um adágio que diz “A verdade o libertará”, então o que você está dizendo então Jeremy é que a verdade de nossa bondade fundamental é a verdade que precisávamos para nos libertar da condição humana.
Jeremy: Exatamente, e embora esse seja o principal alívio que nossa mente precisava, obviamente, quanto mais digerimos essa compreensão aliviadora, mais o alívio curativo chega a todos os aspectos de nossa condição de perturbação—e ter que suportar ser condenado injustamente como mau por 2 milhões de anos significa que há uma grande quantidade de perturbação a se curar.
Para apreciar quanta perturbação existe em nós humanos agora, imagine viver por apenas um dia com a injustiça de ser condenado como mau, mesmo perverso, quando você intuitivamente sabia, mas era incapaz de explicar, que você era de fato o oposto completo do mal, ou seja, verdadeiramente maravilhoso, bom e significativo—de fato não apenas bom, mas o herói da história da vida na Terra! Você ficaria ferido até o âmago e furioso, não ficaria! Agora extrapole essa experiência ao longo de 2 milhões de anos e podemos começar a apreciar quanta frustração e raiva vulcânicas devem existir agora dentro de nós, humanos! Enquanto aprendemos a conter e esconder significativamente—“civilizar” como nos referimos a ela—a quantidade fenomenal de aborrecimento dentro de nós, sob a superfície todos nós devemos estar fervendo de raiva, e às vezes, quando nossa contenção não consegue mais encontrar uma forma de contê-la, essa raiva deve se expressar—consequentemente a nossa capacidade de atos chocantes de crueldade, sadismo, ódio, assassinato e guerra.
E não é de se admirar que tenhamos levado uma existência tão evasiva, negacionista, mentirosa, evitar- qualquer- crítica, escapista, alienada, superficial e artificial, gananciosa, egocêntrica, buscadora de poder, fama, fortuna e glória. Tivemos que nos sufocar com a glória material enquanto nos faltava a glória espiritual da compreensão compassiva de nós mesmos.
Portanto, há uma enorme quantidade de perturbação para aliviar e curar em nós, humanos, e isso obviamente levará tempo. De fato, temos que esperar que sejam necessárias várias gerações para que seja completamente aperfeiçoada. Mas a boa notícia, e isto é muito importante, é que, embora sejam necessárias várias gerações para curar toda a perturbação em nós humanos, todos podem viver imediatamente livres de sua perturbação. A razão pela qual podemos viver livres disso é que, embora nos faltasse a verdadeira defesa e o reforço da compreensão de nossa condição corrompida, nós absolutamente precisávamos das defesas e reforços artificiais de atacar qualquer crítica à nossa condição corrompida, de negá-la e bloqueá-la, e de encontrar qualquer reforço positivo que pudéssemos—raiva, alienação e egocentrismo foi o que nos sustentou—mas agora que temos a verdadeira defesa e reforço da nossa bondade fundamental, todas essas defesas e reforços artificiais estão obsoletos, não são mais necessários. Na verdade, continuar usando as antigas defesas artificiais de retaliação, negação e a busca de poder, fama, fortuna e glória, quando nossa bondade fundamental foi estabelecida, não só é claramente inútil, mas também desnecessariamente destrutiva de nós mesmos, de todos ao nosso redor e de nosso planeta. Esse modo de vida agora está completamente obsoleto, acabado.
Craig: Isso faz todo o sentido, quero dizer, nossas formas artificiais de nos reforçarmos são obsoletas pelo reforço real de nós mesmos. Uma maneira de viver termina, uma nova começa, livre da condição humana—graças a Deus por isso!!
Jeremy: Isso é certo! Basicamente, agora que nossa condição corrompida é finalmente explicada com veracidade, a honestidade substitui a negação e o mundo se cura. A“besteira ou bobagem”, que são nossas palavras cotidianas para toda a negação desonesta que vem acontecendo, nos protegeu de todas as verdades sobre nossa condição corrompida que não podíamos explicar corretamente, mas que estava destruindo o mundo e que agora para.
Com este fim do mentir em mente, há mais uma coisa que devo explicar, que o socialismo, o movimento da nova era, o movimento politicamente correto, e todos os outros movimentos idealistas, eram na verdade todos falsos começos para um mundo livre da condição humana, porque a perturbadora batalha para encontrar o conhecimento, derradeiramente o autoconhecimento, a compreensão psicologicamente aliviadora do porquê de sermos bons e não maus, ainda tinha que ser completada/alcançada. De fato, embora insistindo dogmaticamente que todos deveriam ser cooperativos e amorosos pudesse fazer você sentir que estava fazendo o bem e ser superficialmente muito aliviador psicologicamente, tal insistência no comportamento ideal negava às pessoas a liberdade de que necessitavam para poder continuar a tão importante busca perturbadora pelo conhecimento. Estes movimentos eram movimentos pseudo idealistas que abafavam e oprimiam a busca pela compreensão de nossa condição corrompida que era necessária para realmente nos libertar daquele estado. Eles eram regressivos, não progressivos como se iludiam a ser. Na verdade, foi a direita que apoiou a batalha perturbadora para encontrar o conhecimento que sustentava a moral elevada, não a esquerda pseudo- idealista.
A cultura da esquerda fazia as pessoas se sentirem superficialmente bem, mas era perigosamente desonesta, era falsa—era mentirosa. Estar preocupado com os outros e com o mundo é muito importante, mas fazer isso para se sentir bem é uma doença perigosamente egoísta, na verdade é a mais destrutiva de todas as toxicodependências – e tem tomado conta do mundo. Como explico em meu livro gratuito, Death by Dogma, dogma não é a cura, é o veneno.
Você pode ver aqui que a verdadeira explicação instintiva versus intelectual da condição humana finalmente nos permite explicar e expor o que está errado com a Esquerda—e isto acontece em um momento muito oportuno porque sua cultura está levando rapidamente nossa espécie à extinção, à morte pelo dogma.
Agora, o mais maravilhoso de tudo, a explicação “instinto vs intelecto” da condição humana não apenas expõe a cultura da esquerda como a mentira destruidora da raça humana, mas também, como eu disse, põe um fim a toda a busca perturbadora da compreensão reabilitadora do porquê de sermos bons e não maus, e o que isso significa é que não é mais opressivo dessa busca perturbadora assumir o apoio do idealismo cooperativo e amoroso—porque essa busca acabou. Na verdade, assumir o apoio do idealismo cooperativo e amoroso é agora a única maneira de viver que se justifica! Subitamente, não há mais razão para a direita na política e todos se tornam efetivamente de esquerda. Na verdade, todo o negócio da política basicamente termina com a descoberta da compreensão da condição humana, e toda a raça humana se estabelece como um organismo unido, deixando ir a parte irada, egocêntrica e alienada de nós mesmos e apoiando o idealismo cooperativo, altruísta e amoroso. (Muito mais é explicado sobre o pseudo- idealismo no Video/F. Essay 14 no site do World Transformation Movement).
Craig: Sim, terminar com o mundo polarizado da política vai certamente ser um dos maiores alívios imagináveis!
Jeremy: Absolutamente Craig. Será um imenso alívio.
É assim que o mundo inteiro, de repente, muda imediatamente de um estado psicologicamente enfurecido, egocêntrico e alienado, para um mundo onde todos decidiram abandonar seu comportamento “ainda a ser curado” competitivo e agressivo e assumem o apoio à uma existência cooperativa e amorosa.
Assim, a compreensão da condição humana põe fim ao mundo inseguro, perturbado, dependente do reforço artificial, irritado, egocêntrico e alienado. Surge agora um novo mundo resolvido pela condição humana, cooperativo, altruísta e amoroso. A luz vem fluindo para o mundo escuro, como uma caverna de negação em que temos vivido, e tudo será como acordar de um pesadelo!
Basicamente, com a capacidade de compreender a nós mesmos, podemos voltar ao nosso estado cooperativo e amoroso original, mas desta vez totalmente conscientes. Como o poeta T.S. Eliot previu, “Não devemos deixar de explorar e o fim de todas as nossas explorações será chegar onde começamos e conhecer o lugar pela primeira vez” (Little Gidding, 1942).
Craig: Uau Jeremy, isso foi absolutamente incrível, esclarecedor, encantador, e eu realmente não posso agradecer o suficiente por você compartilhar conosco seu conhecimento e entendimento. Pensar sobre a raça humana poder ser transformada no momento certo, penso eu, é o que todos que escutaram isto estarão esperando.
E o seu livro FREEDOM, mais uma vez, está disponível no HumanCondition.com para que todos tenham acesso—de forma gratuita. Portanto, por favor, acompanhe esta entrevista, ouça-a repetidamente, tente entender o que Jeremy está dizendo aqui, e siga online, obtenha as informações e continue estudando, e esperamos que todos possamos desfrutar e abraçar uma nova mudança para o mundo, para todos nós.
Jeremy, foi maravilhoso falar com você. Obrigado por se juntar a nós, e esperamos falar com você novamente – mas melhor ainda, que vejamos o seu trabalho na vida de todos em todo o planeta muito em breve.
Eu sou Craig Conway, e esta foi a minha entrevista com Jeremy Griffith.
FIM DA ENTREVISTA
Genevieve Salter: Então por favor, não se esqueçam que vocês podem aprender tudo sobre esta fabulosa e revolucionária compreensão da condição humana em HumanCondition.com!!
E gostaria de mencionar que o que vocês verão depois desta entrevista é uma série de vídeos que elaboram o que foi delineado aqui—assim haverá alguma repetição, mas revisar os conceitos com mais detalhes ajuda na compreensão e absorção dos mesmos.
No primeiro desses vídeos, Jeremy nos adverte do nosso medo histórico do tema da condição humana e do resultante “efeito surdo” o qual a leitura ou audição sobre a condição humana pode muitas vezes causar inicialmente.
Visite www.HumanCondition.com para ver o vídeo de A Entrevista, e para assistir a série de vídeos introdutórios que Genevieve referenciou.